Aceite as suas imperfeições
Quando atuamos com desenvolvimento humano seja em qualquer ambiente, organizacional, familiar ou individual, percebemos o quanto ele é alicerçado em convicções irracionais que deterioram a cultura, os relacionamentos e a performance dos indivíduos.
E porque isto acontece? Simples. Somos seres humanos, e, desde que nascemos, tentamos nos posicionar no mundo e buscar um espaço de sobrevivência. Para tanto, desenvolvemos defesas que nos ajudam atender às nossas necessidades, sejam elas quais forem: de reconhecimento, de afeto, de valorização, de pertencimento, de poder, de controle, de sobrevivência e de segurança. O que isso provoca? O estabelecimento de um padrão comportamental tão alto que se torna impossível de ser atingido na realidade e, isto nos leva a criar um sentimento de inferioridade e de inadequação (convicção irracional).
Temos visto em nosso trabalho, vários exemplos de convicções irracionais em nossos clientes. Alguns profissionais acreditam que devem ser os melhores ou os mais perfeitos em tudo o que fazem, o que lhes causa sofrimento, desespero, stress e conseqüentemente muitas doenças. Eles não precisam de qualquer pressão externa, pois a pressão interna que eles se impõem é tão grande que eles caminham cegamente em busca da perfeição e da vitória. O que eles não sabem é que estão simplesmente correndo atrás da sua necessidade interior.
Aceitar a imperfeição humana é a maior lição que temos que aprender, pois ser humano é ter defeitos e imperfeições. Todos nós cometemos erros, magoamos pessoas que nos são mais próximas, e por vezes nos comportamos inadequadamente, o que é para nós é muito difícil de aceitar. Isto é facilmente percebido pela relutância das pessoas em escutar as mensagens sobre os seus defeitos, vindas de outros. Instintivamente, erguem defesas como se estivessem sendo atacadas fisicamente. Esquivam-se de encarar os seus erros e defeitos porque eles são uma parte dolorosa, embora inevitável de quem somos. Quando uma pessoa se conscientiza que errou devido a um diálogo descuidado, ou atitude impulsiva ou falta de atenção em algum detalhe, tende a se encolher por dentro, que é a reação fisiológica de defesa “lutar/fugir” que é usada para proteger a auto-imagem idealizada, ou, seja, a imagem da perfeição, que precisa ter a aparência de certa e boa e não de errada e má.
Comportar-se desta maneira representa um enorme desperdício de energia que pode ser recuperada pelo simples ato de aceitar- se como realmente é em cada momento. Esta auto-aceitação implica na compreensão das nossas necessidades e conseqüentes defesas, que foram criadas em um momento em que nos sentimos vulneráveis e frágeis. Mas, será que você precisa ainda agir desta maneira?
Eu vou te propor um desafio: Assuma o compromisso de ser honesto com você mesmo e com os outros. Assim, você estará criando uma base solida para auto-estima, à medida que você tem um bom conceito de si mesmo, você deixa de precisar atender às exigências irrealistas de uma imagem de perfeição. Tenha coragem de encarar a realidade humana imperfeita!
“Enquanto você não aceitar quem realmente você é, jamais será quem você veio para ser.”
Forte Abraço