A Emoção no Processo de Coaching Executivo
Muitos executivos me perguntam qual é o papel das emoções no processo de coaching. Afinal, é possível trabalhá-las no coaching? A pergunta é : `”É possível não fazê-lo”?
A palavra emoção vem do latim “emovere”, que significa abalar, sacudir, deslocar. Esta por sua vez, deriva de “movi”, que significa literalmente: por em movimento , mover.
Assim, emoção antes de mais nada significa movimento, ou ainda energia em movimento. Portanto, sem emoção, nada avança.
As emoções não só fazem as organizações mais efetivas como contribuem para instalar uma cultura de liderança pautada na confiança, onde o líder é capaz de acessar a alma de seus liderados (entende-se por alma , a conexão entre mente e o coração das pessoas) inspirando-os e levando-os a ter a alta performance e a atingirem os resultados desejados.
Um estudo realizado pela Walter V.Clarke Associates, com 130 executivos , constatou que o fato dos executivos entenderem e lidarem bem com as suas emoções, é fator preponderante para que as pessoas queiram fazer parte de sua equipe e se relacionarem com eles. Nosso senso de identidade com uma organização está conectado com o que sentimos, e disto, depende a nossa produtividade e as nossas reações perante as pressões diárias.
Portanto, não contemplar as emoções no processo de coaching é não entender que o ser humano é integral, e que o seu equilíbrio esta na mente, no físico, na emoção e no espírito. ´Não pensar desta maneira, é como dissociar o ser humano, e voltar à época de Descartes: “Penso, logo existo” , atribuindo total superioridade à razão. Dr. Antonio Damásio, um dos mais renomados neurocientistas do mundo, nos diz que as emoções são fundamentais no processo cognitivo, e que “apesar de as emoções não serem atos racionais, são elas que desencadeiam o processo cognitivo”e mais, que todo o nosso processo de decisão é baseado na emoção, e, que a lógica só é utilizada para fornecer uma explicação racional do porque da decisão.
Através de pesquisa realizada pela “ University of Missouri-Columbia”, lideres e liderados preferem que seus colegas não expressem qualquer tipo de emoção forte, seja ela positiva ou negativa no ambiente de trabalho, a fim de preservar o que eles chamam de “profissionalismo”. A pesquisa demonstra que a única maneira encontrada por estas pessoas para gerenciar emoções no ambiente corporativo, foi a de recorrer ao uso de “mascaras”.
Através destas, eles criam uma “autoimagem idealizada”, onde, pretendendo “ser o que não é”, esperam restabelecer a aceitação, a segurança e a autoconfiança. O que eles precisam entender é que forçar-se a algo que não retrata o “eu verdadeiro” é muito custoso e demanda muita energia, e, que, quanto mais rapidamente tornarem-se conscientes de suas mascaras, tomando ações para acessar o seu verdadeiro eu, maior será o estado de satisfação, bem estar e felicidade, o que os levará sem dúvida, a alta performance.
A energia emocional não expressa e não compreendida, continua viva dentro de cada um, esperando uma resolução, negligenciá-la e ater-se somente na atitude mental, pode ser um grande inimigo, pois daí surgem os processos de stress com todos os seus distúrbios: problemas digestivos, enfartos, pressão alta, depressão, ansiedade, que tanto atingem os executivos atualmente.
Portanto, é fundamental em um processo de coaching executivo , levar os lideres a praticarem continuamente o exercício de autoconhecimento para: (a) ajudá-los a entender melhor os impactos das emoções em seus comportamentos , relacionamentos e performance, (b) proporcionar a eles conceitos e instrumentos que possam levá-los a gerenciar melhor as suas emoções, criando ambientes corporativos mais saudáveis , (c) ajudá-los a tomarem consciência de suas emoções e, de maneira inteligente usá-las para atingir os seus objetivos.
Sucesso e até breve!