A Vida é divertida!
Em seu livro ‘Parábolas para a nova conversa’ , “Parables for the New Conversation” , Richard Enos nos presenteia uma odisseia fascinante por meio de metáfora e prosa, sagas pessoais e eventos históricos, onde juntos autor e leitor exploram a proposta de que, em seu nível mais profundo, a vida é aprender a manifestar conscientemente as experiências que desejamos ter. A conversa aborda muitos temas diversos, mas sempre volta para quem somos e como nossos propósitos estão entrelaçados, pois é somente quando vemos que nossos desejos pessoais estão perfeitamente alinhados com o destino da humanidade como um todo que nos damos plena permissão para desfrutar das experiências mais requintadas que a vida nos oferece.
Imagine uma conversa centrada em torno da possibilidade – a possibilidade de aceitarmos mais nossos próprios julgamentos, de encontrar a unidade através de nossa diversidade, de lançar a luz do nosso amor sobre as coisas que tememos em nossa maioria. Imagine uma conversa em que nossas maiores polaridades estão se unindo, um ponto de encontro do leste e oeste, da espiritualidade e materialismo, da religião e ciência, onde o palco está sendo montado para um salto coletivo na consciência, mais magnífico do que qualquer outro já visto na história da humanidade. Agora imagine que essa conversa honra a sua singularidade e libera você para falar com o seu coração, ajudando-o a navegar mais deliberadamente no seu caminho. Imagine que essa conversa o coloque diretamente no lugar do criador – de suas riquezas, relacionamentos e vida – colocando assim a satisfação de seus desejos pessoais mais profundos ao seu alcance.
No capítulo 1 deste livro, Richard nos traz a parábola “ O EREMITA” que diz:
Um dia, um eremita emergiu da floresta na ilha de Allandon, procurando compartilhar sua sabedoria. Como ele ficou em silêncio por quarenta anos, sua aparição repentina despertou considerável curiosidade entre os aldeões, e todos eles o seguiram até o topo da grande montanha no centro da ilha.
Quando os aldeões se acomodaram confortavelmente ao redor do EREMITA, ele falou:
“No tempo que passei em silêncio, eu adquiri uma verdade sublime”, disse ele, e após uma pausa dramática, continuou: “A vida é divertida”.
Na multidão começou um verdadeiro burburinho. As pessoas sorriram umas para as outras e algumas começaram a rir. O Eremita ficou intrigado com a resposta deles até que uma mulher que ria muito, cordialmente se levantou e disse:
“Desculpe, mas … nós já sabíamos disso.”
“Você sabia disso?”, respondeu o Eremita.
“De fato”, disse ela, “temos conversado sobre isso há anos….”
“E nos policiamos o tempo todo para que possamos sempre nos lembrar.” Disse um homem mais velho, causando mais risadas entre os moradores.
A mulher caminhou até o eremita e disse: “Gostaríamos de convidá-lo a ir até o vilarejo para mostrar-lhe como temos exercitado isso, enquanto você permanecia no silêncio.”
Antes que percebesse, o Eremita estava caminhando até a vila e conversando com as pessoas, percebeu que sorria com uma criança.
A reflexão de Richard sobre a parábola:
“As palavras como ALEGRIA, ADMIRAÇÃO E DIVERSÃO fazem parte da nossa conversa diária? Talvez este seja um caminho para aliviar a montanha de obrigações que precisam de nossa atenção e seriedade. E de fato, esta montanha de obrigações parece nunca diminuir. Somos comandados por muitas vozes fora de nós e elas nunca param. Então, fazemos o que nossa sociedade espera de nós, nosso chefe e colegas de trabalho, nossos amigos, nossa esposa, nosso marido, nossos filhos. Nós fazemos o que está suposto fazer e ponto.
Não é que não possamos pensar por nós mesmos. Podemos. Mas porque será que nos mantemos tão perpetuamente ocupados? Talvez tenhamos um desejo de ficar a uma distância segura dessa pergunta desconfortável sobre o que realmente queremos da vida. A tentação é convincente: é muito mais fácil seguir as instruções do que descobrir as coisas por conta própria. Ser informado pelos outros sobre quem somos e o que realmente devemos fazer remove a necessidade de olhar para o nosso interior escuro e descobrir por nós mesmos.
Vivemos em uma sociedade onde não faltam conselhos sobre o que fazer e como pensar. Simplesmente manter nossas mãos e nossas mentes ocupadas pode ter funcionado para a maioria de nós até agora. Mas as coisas estão mudando.
À medida que nos tornamos mais conscientes como indivíduos, nos tornamos mais conscientes como sociedade e a voz dentro de nós se torna alta demais para ser ignorada. Nenhuma quantidade de ruído do lado de fora será capaz de nos distrair por muito mais tempo. Ela está nos obrigando a olhar para nós mesmos e descobrir o que realmente viemos fazer aqui. Estamos ficando sem lugares para nos esconder e pessoas para culpar por nosso desencanto. Vamos ser sinceros, a maioria de nós está vivendo uma vida que superamos. Em nossa inquietação coletiva, sentimos a necessidade de nos levar a uma experiência maior e mais profunda.
Podemos dizer honestamente com seriedade que estamos vivendo todo o nosso potencial? Pode haver algumas pessoas no mundo que pensam que sim, mas ainda tenho que conhecer uma delas. Não, sabemos muito bem quem somos. Estamos longe de acertamos no alvo. Sabemos que não estamos vivendo a vida dos nossos sonhos, e ainda assim não conseguimos dar continuidade a vida que estamos vivendo.
É quase como se estivéssemos esperando por algum evento cataclísmico para trazer à tona nossos maiores “eus”. Quando um ente querido morre de uma doença trágica, intervimos e criamos fundações para apoiar outros que passam pelas mesmas dificuldades. Quando o filho de um vizinho desapareceu na floresta, de alguma forma encontramos a força sobre-humana de procurar dias a fio, sem nossas reclamações e preocupações comuns. Após o ataque ao World Trade Center, histórias de compaixão, coragem e humanidade foram abundantes. Quando fazemos essas coisas, nos sentimos bem conosco mesmos, nos sentimos verdadeiramente vivos.
E a pergunta é: por que devemos esperar que tragédias ocorram em nossas vidas antes de decidirmos ser autênticos, ficar animados com a vida e amar com paixão? O que está nos impedindo de fazê-lo agora? Nada. É uma escolha que está disponível para nós, 24 horas por dia. Mas quem liderará, quem nos guiará a essa existência autêntica? Neste momento da história: estamos realmente começando a encontrar os meios para nos guiarmos.
Há um novo tipo de conversa que está surgindo hoje, em nossas casas, cafeterias, escritórios, na verdade onde quer que as pessoas se encontrem. É uma conversa que encanta aqueles que se envolvem nela. Qual é o preço para entrar numa destas conversas? Ouvir atentamente e falar com o coração. Em outras palavras, todos somos convidados. A nova conversa está no entorno da possibilidade – a possibilidade de encontrarmos satisfação em nossas vidas e de podermos realmente viver os nossos sonhos. A nova conversa honra nossa singularidade, nos permite cometer erros e apoia a exploração do que mais desejamos. Faz-nos recuar de uma vida de dever e obrigação e entrar em uma vida de liberdade e diversão.”
Se abra a conversas genuínas e autênticas sem medo de críticas e julgamentos, pois tais conversas podem te levar a oportunidades de reflexão sobre as crenças arraigadas dentro de si e pode ser uma oportunidade para ouvir e experimentar outras ideias que possam estimular o seu crescimento.
Este é um excelente livro para quem busca o autoconhecimento.
Em breve, postarei novas parábolas.
Te desejo o melhor,
Priscila Godoy
Fonte: Parables for the New Conversation” , Richard Enos /Collective Evolution.