Qual papel você assume frente as adversidades?
Em um dos meus encontros de coaching com um executivo (vou chamá-lo aqui de Jorge) , ele demonstrou-se furioso por conta de ter sido preterido para uma promoção de diretoria no exterior. De acordo com o discurso de Jorge, ele possuía todas as competências para ocupar tal cargo, e dizia: “ como que a empresa pôde escolher “aquele outro” , ele não tem nada a ver com o cargo, “a empresa não sabe avaliar as pessoas ”, “não sei para que me esforço tanto, se na hora de ser reconhecido , nada acontece”..Não é justo e isso é frustrante!! “.
Na nossa infância quando os nossos pais perguntavam “quem é que fez esta bagunça”? a resposta automática era sempre apontar para o irmão ou amiguinho ao lado dizendo: “foi ele”. No modelo mental infantil, “responsabilizar-se” por algo é o mesmo que dizer que “ é culpado por este algo” e a culpa vem sempre acompanhada de uma punição, e ninguém quer ser punido. Ao ficarmos adultos, muitos de nós ainda temos a mesma reação – culpar os outros quando as coisas não saem bem. E, uma das necessidades principais atrás deste comportamento é a aprovação . Se, assumirmos a nossa responsabilidade , em algum momento, não seremos populares ou queridos, ou, ainda pior , teremos que enfrentar a decepção conosco mesmo.
Deixei que Jorge falasse e externasse a sua decepção e emoções . Depois de um tempo eu disse: Bem , a empresa tomou uma decisão e não vai voltar atrás. Você foi preterido, é um fato. Por um momento se pudesse analisar a situação como observador, o que diria que lhe faltou para conseguir esta promoção?
– Depois de muita reação, Jorge respirou fundo e respondeu : talvez eu pudesse ter construído um maior relacionamento com o pessoal do exterior – a minha prioridade foi atingir os resultados e deixei a criação de vínculos para segundo plano. Acredito até, que este tenha sido o diferencial do meu concorrente. Neste momento, Jorge tornou-se protagonista da situação porque foi capaz de ver o cenário com maior clareza, sem tanto envolvimento emocional e com maior responsabilidade.
Jorge percebeu que lhe faltara exercitar a influência, um dos atributos mais importantes para alta performance. Manter-se focado somente nos resultados , impossibilitou-o de construir uma rede de apoio positivo, de pessoas que confiassem nele e em suas ideias. Este foi um dos fatores que o levou a não ser promovido. A tomada de consciência da parte que lhe cabia no processo, o fez se comprometer com o desenvolvimento de novos hábitos e comportamentos relacionados a influência. A consciência é um dos principais pilares do processo de coaching.
Jorge havia enfrentado uma adversidade. No inicio, culpou a empresa e o colega pela sua não promoção, mas, com perguntas que o levaram a reflexão, foi capaz de assumir a sua parte de responsabilidade e traçar um plano de desenvolvimento consistente para o futuro.
Agora eu te pergunto: Qual papel você tem assumido frente as adversidades?
Sucesso e até breve!
Aqui está um teste prático para ajudá-lo a perceber o quanto você está assumindo um papel de vítima ou protagonista na sua vida.
Responda verdadeiro ou falso para cada afirmação a seguir. Seja sincero, somente assim, você poderá obter as mudanças que deseja em sua vida.
Quando participo de uma discussão, sempre procuro considerar as diferentes perspectivas e inclui-las na minha forma de pensar.
Não gosto de feedback, as pessoas podem guardar as suas impressões sobre mim para elas próprias.
Ao receber uma crítica sou capaz de permanecer calmo e analisar se ela faz sentido ou não.
Quando tenho um problema, procuro ajuda para saber a opinião das outras pessoas.
Se o pneu do meu carro ou ônibus fura quando estou indo trabalhar, já fico mal-humorado e o meu dia acaba ali mesmo
Minha primeira resposta frente a uma adversidade é achar um culpado.
Algum dia encontrarei o emprego ideal, até lá o melhor é ficar onde estou
Quando as pessoas conversam sobre um assunto que não sei, eu valorizo o fato de não saber, e procuro aprender o que posso.
Enviei um e-mail que não devia ao meu Líder. Imediatamente falo com ele e peço desculpas pelo ocorrido.
Frequentemente eu me pego pensando “ eu não sou bom..., eu nunca fui capaz.. , não vou conseguir.
Prefiro não fazer suposições, por isso peço para as pessoas me darem fatos e dados reais sobre as situações.
Quando estou com raiva, raramente eu começo uma frase com “eu”...
Eu gasto uma boa parte da minha energia e tempo pensando nos erros e falhas do passado.
Me sinto conectado as pessoas e para mim é importante dedicar uma parte do meu tempo para escutar as pessoas e falar sobre mim.
Você ainda está preso em muitos padrões do passado - formas de pensar, sentir e agir que acabam lhe atrapalhando na realização de seus objetivos. Não se desespere! Tais padrões explicam, as vezes, o porquê a sua vida parece tão exaustiva e difícil. Mas, este resultado lhe mostra um firme ponto de partida. Ao começar a assumir mais o controle da sua vida, avanços significativos ocorrerão para mudar o que deseja.
A partir de hoje, quando você se deparar com uma adversidade, pergunte-se:
a) O que eu posso controlar desta situação?
b) Independente se fui ou não o responsável pela situação, o que eu posso fazer para melhorá-la?
c) O quanto que eu estou deixando esta situação atingir outras áreas da minha vida?
d) Esta situação vai durar para sempre? Então relaxe e tome as providencias mais apropriadas para a sua resolução.
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2 Comentários
Excelente ! Muitas vezes nós somos nossos proprios sabotadores !
Realmente temos de ser os protagonistas de nossas vidas e não expectadores.Sou novo em coaching, fiz meu primeiro em 12/18 o CIS pela Febracis e outro minha cidade. Agora sei a importancia de foco e ação.”tem poder quem age”