O desafio de lidar com as adversidades
Assim como um computador pessoal, o ser humano possui um sistema operacional que é ligado ao cérebro e que precisa passar por um upgrade para enfrentar todas as demandas de um mundo cada vez mais rápido e com maiores informações. A verdade é que atualmente, instalamos muitos softwares em nosso sistema operacional e, deixamos de dar o upgrade necessário em nosso hardware. Cada treinamento que realizamos, cada experiência que vivenciamos e cada habilidade que adquirimos atualiza ou instala um novo software em nosso sistema operacional, mas o hardware continua o mesmo, e sendo assim, ele fica cada vez mais sobrecarregado e estressado.
Dr. Paul Stoltz , americano , considerado um dos maiores peritos em desenvolvimento organizacional e humano, vem realizando há mais de três décadas, diversos estudos com pessoas e profissionais de diversos níveis sobre Quociente de Adversidade, ou seja, como as pessoas reagem as adversidades ou problemas no dia a dia.
Para desenvolver o QA é preciso entender que todo ser humano possui uma capacidade existente (seriam todos os softwares que possuímos instalados – conhecimentos, experiências, habilidades) muito maior do que aquela capacidade que nos é exigida para resolver as nossas demandas do dia a dia (capacidade exigida) e daquela que efetivamente acessamos (capacidade acessada). Por exemplo: um profissional de atendimento ao cliente, deve escutar reclamações, resolver problemas e ainda oferecer produtos ou serviços, quando necessário. A sua capacidade exigida é alta, portanto a sua capacidade existente e capacidade acessada também deveriam aumentar, para além das meras exigências, mas isto muitas vezes, não acontece, pelo fato, de o profissional achar que não consegue lidar com a complexidade da situação e que não tem capacidade para tal, então, o que acaba acontecendo é que seu hardware sofre uma pane, daí ele se frustra e se estressa.
Então o que difere uma pessoa com alto QA de uma com baixo QA? As pessoas com alto QA assumem em uma situação o que está sob seu controle e se responsabilizam por melhorá-la, elas se sentem parte do problema, e buscam de maneira mais assertiva e otimista as possíveis soluções. Também não levam o problema para demais áreas de suas vidas (restringindo-o a área que o aflige) e entendem que o problema é passageiro e não vai durar para sempre. Do contrário, uma pessoa que apresenta um baixo QA, se coloca em posição de vítima, culpa os outros pelos problemas e se paralisa, assume uma postura que o problema nunca vai passar.
Quanto mais elevado o QA maior é a inteligência emocional e resiliência.
Deixo aqui uma reflexão para que vocês comecem um processo de auto-observação:
1. Quanto do seu software ou da sua capacidade você consegue explorar diariamente? Quanto fica escondido?
2. No final do seu dia você está energizado ou sem energia?
3. Cresço com os desafios diários ou as dificuldades me irritam?
4. A maioria das pessoas me veem como alguém otimista, flexível e tenaz, ou com uma postura mais de vítima e reclamação?
5. Em um problema me concentro nas soluções, ou fico buscando o culpado?
6. Constantemente me esforço por aprender, crescer e me aprimorar e me paraliso e não sei para onde ir?
Boa reflexão!