Os Inimigos do Aprendizado – (Conheça os 10 inimigos que podem estar limitando o seu aprendizado)
OS INIMIGOS DO APRENDIZADO
(Conheça os 10 inimigos que podem estar limitando o seu aprendizado)
Todo mundo se declara partidário do aprendizado. Na verdade, a maioria das pessoas tem grande dificuldade em aprender. Há muitas ameaças assombrando os que buscam o conhecimento. Chamamos essas forças negativas de os “inimigos do aprendizado”.
Carlos Castañeda apresenta, em seu trabalho antroposófico sobre o xamã tolteca Don Juan, uma análise sobre o principal inimigo do aprendizado: o medo.
Aprender nunca é o que se imagina. Cada passo do aprendizado é uma nova tarefa e o medo cresce sem cessar e sem piedade. E assim, as pessoas se deparam com o primeiro dos seus inimigos naturais: o medo. Um inimigo terrível, traiçoeiro e difícil de vencer.
Em cada curva do caminho do aprendizado, lá está ele, esperando com uma emboscada, e, se por algum motivo você se retirar, o inimigo terá conseguido por fim ao seu aprendizado. O que acontece quando uma pessoa volta atrás, assustada? Nada, exceto que ela nunca aprenderá! Nunca se transformara em uma pessoa de conhecimento – seu inimigo terá posto fim aos seus anseios de saber.
O que as pessoas podem fazer para sobrepor o medo? A resposta é simples: não fugir. O homem deve desafiar o seu medo e, apesar de poder estar completamente assustado não se deter. Esta é a regra, e vai chegar um momento em que o seu inimigo se retira, e então, você se sentirá mais seguro de si mesmo, sua intenção se fará mais forte e o aprendizado já não será um trabalho aterrador.
De fato, quem se assusta com as emoções difíceis, no início de todo aprendizado, se retira, sem jamais alcançar o conhecimento. Somente quem os enfrenta com coragem e decisão se faz merecedor dos segredos que eles guardam.
Podemos identificar alguns desses inimigos do aprendizado:
1. A cegueira (a respeito da própria incompetência) : É impossível iniciar o caminho do conhecimento sem ter consciência do “não-saber” . O cego não sabe que não sabe e, portanto, está preso na ilusão de que não tem nada para aprender.
2. O medo (de declarar a sua ignorância). A autoestima do sabe-tudo é extremamente frágil. Revelar áreas de ignorância e incompetência poderá destruir sua imagem. Por isso, ele prefere sofrer (e causar sofrimento) a admitir sua necessidade de aprender.
3. A vergonha (de mostrar incompetência). O medo do ridículo sempre assombra o aprendiz. Ao tentar novos comportamentos, suas ações serão incomodas, inoportunas e até cômicas. Se não é capaz de suportar a demonstração constante da sua incompetência, ele abandonará, humilhado, o caminho do conhecimento.
4. A tentação (de se considerar uma vítima). É muito mais fácil atribuir as dificuldades a fatores externos. Quando coloca “lá fora” a causa dos problemas, a pessoa se sente livre da responsabilidade de aprender.
5. O orgulho (que impede de pedir ajuda e instrução). Pedir ajuda implica reconhecer uma necessidade. Dar permissão para receber instrução implica ceder autonomia. As pessoas que baseiam seu orgulho pessoal na ilusão de onipotência e independência caem na armadilha desse “inimigo”.
6. A arrogância (de acreditar ou pretender que já sabe). É uma forma de cretinice. Sabemos que não há “pior cego do que aquele que não quer ver”. Sem humildade, é impossível reconhecer as oportunidades de melhora, já que a arrogância se baseia na crença de que não se necessita melhorar. Como diz um ditado dos índios navajos, da América do Norte : “É impossível despertar um homem que finge estar dormindo”.
7. A preguiça (de praticar com diligência). Aprender é uma tarefa exigente. Incorporar novas habilidades requer práticas esmeradas. Os preguiçosos fogem desse esforço. Preferem manter sua comodidade incompetente.
8. A impaciência (para alcançar a gratificação imediata) e o aborrecimento. Sem uma motivação de longo prazo, é impossível investir o esforço necessário para adquirir conhecimento. A necessidade de gratificações permanentes produz grandes frustrações no aprendiz e o estimula a abandonar seu caminho. Aqueles que buscam entretenimento não duram muito na busca do conhecimento.
9. A desconfiança (no instrutor ou em si mesmo). A ajuda do mestre depende totalmente da confiança existente entre ele e o aprendiz. Quando os fundamentos dessa relação não estão enraizados na confiança, o aprendizado se torna extremamente difícil. Por outro lado, quando o próprio aprendiz não se julga capaz de aprender, não há esperança. Como dizia Saint-Exupéry: “Defende tuas limitações e elas, por certo, te pertencerão”.
10. O desânimo e a confusão. Muitas vezes o aprendiz acha impossível compreender o porquê de certa prática ou exercício. Por isso, a confiança no coach é fundamental. O desânimo e a confusão derivam do pensamento desconfiado: “ Não entendo o que está acontecendo, e isso não me agrada”. Quando opera num espaço de confiança e segurança, o aprendiz pode reinterpretar sua situação e pensar “ Não entendo o que está acontecendo…e isto me entusiasma”.
Em um mundo onde volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade estão cada vez mais presentes , o mais útil não é “saber como” fazer algo especifico (todas as práticas vão ficando obsoletas com o progresso do conhecimento), mas saber como aprender novas disciplinas.
Aprender a aprender, tornando-nos mestres do aprendizado, nos permitirá responder com efetividade a qualquer mudança.
“ Somente um guerreiro é capaz de suportar o caminho do conhecimento. Um guerreiro não pode se queixar nem lamentar. Sua vida é um permanente desafio e os desafios não são bons nem maus. Os desafios são simplesmente desafios. A diferença básica entre um homem comum e um guerreiro é que o guerreiro toma tudo como um desafio, enquanto o homem comum toma tudo com uma benção ou uma maldição. Don Juan, Xamã Tolteca.
Reflexão: Quais são os seus principais inimigos do aprendizado? Como tem lidado com eles? E o que pode começar a fazer para superá-los?
Fonte: Fredy Kofman, Metamanagement