As três perguntas que causam maior medo nos processos de seleção
Recentemente finalizei um processo de coaching , cujo objetivo do cliente era preparar-se melhor para um processo de seleção interno , onde ele estava concorrendo a uma vaga de Gestão Sênior. Para aqueles que não me conhecem, durante muitos anos da minha carreira eu trabalhei com seleção de executivos e, nesta época, eu já observava que grande parte dos profissionais tinham uma certa dificuldade para responder algumas perguntas na entrevista. E, percebo, por esta experiência recente, que a dificuldade continua.
Interessante, que logo após a finalização deste coaching, eu me deparei com um artigo no “World Economic Forum” abordando este tema, e decidi escrever sobre este assunto.
As entrevistas normalmente são situações que podem intimidar grande parte dos profissionais. Afinal, uma “colocação malfeita” ou uma palavra “mal dita” pode levá-lo a não conseguir o emprego ou a vaga que deseja.
Antes da entrevista, nos preparamos para todas as perguntas que o entrevistador pode nos fazer, e grande parte das vezes, as respostas estão “na ponta da língua”. Mas, é claro, que temos que contar com o inesperado, e, algumas perguntas podem se demonstrar piores que outras.
Uma pesquisa realizada pelo site de recrutamento “Totaljobs” perguntou a 6.000 pessoas que estavam procurando por emprego, quais as três perguntas que elas mais temiam nos processos de seleção. Eis aqui as respostas:
1. Porque eu deveria te contratar?
Esta pode ser uma pergunta difícil de responder, porque você pode pensar que a resposta deveria ter ficado clara ao longo da entrevista. O aconselhável é você responder à pergunta, mostrando ao entrevistador as suas melhores competências e atrelá-las ao perfil da vaga que está concorrendo. Além disso, mostre que os seus valores e propósito estão alinhados com os da organização. Desnecessário falar, que antes da entrevista, você já deve ter navegado pelo site da empresa e estudado mais sobre seus valores, propósito, estratégica e produtos. Preste atenção, este não é o momento de falar sobre o que você quer – como trabalho, mas, o que você pode fazer para a empresa. Por exemplo, se a empresa está procurando alguém com uma visão mais globalizada, mostre as suas habilidades e experiência em lidar com pessoas de diferentes culturas e o seu interesse pelo tema.
2. Fale-me sobre você.
Você pode pensar “que pergunta mais vaga é esta! ” E provavelmente você tenha razão! Por onde começar? Falar da história de vida, família, hobbies, estudos, carreira?
Esta pergunta, muitas vezes é usada para “quebrar o gelo”, então é melhor que você esteja preparado para responde-la. A melhor coisa a fazer é manter o foco e pensar sobre como você quer ser lembrado após sair da entrevista. Comece com suas experiências de sucesso – hoje, é muito valorizado os profissionais que pensam “fora da caixa”, mais inovadores, que não estão preocupados somente com o lado financeiro, mas também, que se preocupam em se engajar em projetos onde possam compartilhar as suas experiências, colaborar e construir juntos, aprendendo com as diferenças e agregando valor para as empresas.
3. Qual é sua maior fraqueza?
Todo mundo odeia esta pergunta, porque parece não haver nenhuma boa maneira para respondê-la. O entrevistador irá observar as respostas “cliché” tais como: “Eu sou um perfeccionista” ou “Eu sou ansioso”, ou “Tenho dificuldade em organizar meu tempo”. É claro que aqui, você não precisa ser 100% transparente, como dizer que você não tem a menor paciência para lidar com pessoas lentas!
De acordo com TargetJobs, esta pode ser realmente uma grande oportunidade para mostrar que você é a pessoa certa para o emprego. Pense sobre alguns comportamentos deficientes do seu passado, e, traga-os como pontos melhorados para o presente. Por exemplo, embora você tenha reconhecido uma deficiência na sua “gestão de tempo”, você foi atrás para desenvolvê-la e decidiu fazer um curso que sobre o assunto que contribuiu muito para a evolução desta competência.
Ou também, você pode responder a esta pergunta, com uma força disfarçada como uma fraqueza, mas se prepare para fazer isso, pois não é tão fácil. Por exemplo: “Eu sou apaixonado pelo meu trabalho, e por vezes, “posso me frustrar com pessoas que não demonstram o mesmo entusiasmo.”
O mais importante é preparar-se para a entrevista. Treine, treine, treine – grave um vídeo com você respondendo às perguntas acima ou outras que considerar importante. E lembre-se: nós nos tornamos bons naquilo que treinamos.
Forte abraço,
Priscila Godoy
Fonte: World Economic Forum